O hábito de não comer carne tem crescido na sociedade
brasileira nos últimos anos, isto é um fato. Outro fato é que o maior motivo da
diminuição de biodiversidade no planeta é a perda de habitat, sobressaindo à
poluição, à caça e ao extrativismo, não diminuindo o impacto destes na perda da
biodiversidade. Outro ponto ainda é que a extensiva pecuária tem sido causa
comum de desmatamentos no Brasil.
Logo, uma pergunta importante surge: a diminuição da
pecuária implica na diminuição da perda de biodiversidade? A resposta é NÃO!
Conversando com alguns vegetarianos recentemente percebi
que é opinião ampla deles a substituição das proteínas animais por proteínas
obtidas na soja e nos seus derivados. O que pode ser extremamente interessante para
a saúde de cada indivíduo, porém não tem tanto impacto positivo na diversidade
da Terra.
Isso porque os motivos da perda de biodiversidade são
confusos em relação à ordem dos fatores, mas a bovinocultura, o extrativismo
vegetal, a mineração e a agricultura certamente estão entre os principais
motivos da perda de biodiversidade. Daí é notório que quando um indivíduo deixa
de comer carne e vai buscar os nutrientes oriundos da soja está estimulando o
plantio desta, o qual é principal motivo (dentro da agricultura) pelo
desmatamento, e desta forma corresponde a um grande dilema: não como carne para
evitar o desmatamento por causa da pecuária, mas se como soja estimulo o desmatamento
para a agricultura.
O problema na verdade não está em comer carne ou soja,
mas sim a quantidade de pessoas no mundo que estão se alimentando desses bens
de consumo. Hoje vivemos uma grande crise ecológica, mas esta crise tem por
princípio uma crise populacional. É evidente que atualmente o Planeta tem mais
pessoas do que comporta e naturalmente é insustentável a alimentação dessa
população sem impactos ambientais.
É necessário ressaltar que a pecuária gera excessivamente
o gás metano, altamente eficiente no efeito estufa, enquanto que a cultura de
soja não gera esse problema, pelo contrário, durante algum tempo até sequestra carbono.
Por outro lado as monoculturas de soja exigem atualmente requisitos
extremamente impactantes, como os defensivos agrícolas, o que também é ponto
negativo do ponto de vista ambiental, mas não para as mudanças climáticas.
No saldo relacionado às mudanças climáticas a agricultura
ainda leva vantagem, mesmo sendo extremamente prejudicial à perda de
biodiversidade, porém em relação à perda de biodiversidade ser vegetariano
somente por este motivo não trás grandes vantagens para a Natureza.
E vocês, concordam?
Muito bom o texto Ricardo Silva. O problema ambiental está cada vez mais evidente, consequentemente cada vez mais pessoas estão preocupadas e buscando soluções, contudo, tais soluções nem sempre trazem os resultados esperados. O texto leva a esse questionamento. E sempre que converso sobre o assunto (algumas oportunidades até mesmo com você) faço questionamentos desse tipo, sem tirar o mérito e a coragem de quem ta aí tentando de alguma forma resolver ou amenizar um problema que de fato é de todos. Acredito de fato que já é hora de pensar em ações macro, com cidades, países inteiros buscando agir de forma que os impactos sejam menos sentidos para as gerações futuras, e que elas cresçam com essa mentalidade para dar continuidade, mais infelizmente cada é cada vez mais difícil de acreditar nisso, a não ser quando não tenhamos outro caminho, e aí pode ser tarde!
ResponderExcluirSobre essa ideia de atitudes macro, infelizmente (no meu modo de ver) a sociedade, mesmo que através de organizações estruturadas como WWF, Greenpeace, entre outras, não tem como fazer muita coisa sem ações do Estado. E é aí onde tudo dá errado. Atualmente os governos são os principais inimigos do meio ambiente.
ResponderExcluirQue o diga os Americanos, que fazem de tudo até mesmos boicotar as reuniões para resolver questões importantes relacionadas ao meio ambiente!!! Como esperar tratamento sério por parte de outros governos. Se os que se dizem sérios tratam destas questões com tamanho descaso.
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