segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Educação ambiental no Brasil: uma gota de álcool num mar de água


Atualmente é comum falarmos e ouvirmos sobre desenvolvimento sustentável, aquecimento global, mudanças climáticas, preservação da biodiversidade, enfim, um conjunto de assuntos muito atuais que a todo instante são citados por rádios, televisão, jornais, revistas e por nós mesmos. Mas o que realmente sabemos sobre tais assuntos? Ou pior, o que realmente nossos filhos saberão sobre estes assuntos? Este segundo questionamento é expressamente o que mais me preocupa!

Acredito veementemente na educação, e assim como Tozoni-Reis (2008) penso que a Escola foi, historicamente, a instituição social “escolhida” pela humanidade para cumprir a tarefa de educar e de preparar o ser humano para o mundo. Porém, até que ponto a Escola tem sido assim no tocante à educação ambiental no Brasil? Já que no ensino fundamental e médio não há uma disciplina específica sobre o tema nem um programa de inserção de educação ambiental de forma multidisciplinar.

Outro fato importante aliado à falta da inserção marcante e delimitada de educação ambiental na educação básica formal do Brasil ou a não aceitação da educação ambiental nas escolas, como cita Marques (2008), é a “máquina mortífera” da TV brasileira, que informa, mas não ensina. Um bom exemplo disso: inúmeros programas da TV mostram que preservar é bom, porém nunca nenhum diz o porque preservar é bom. Se você que está lendo agora já cursou nível superior, a depender do curso, terá condições de responder este questionamento, mas a massa brasileira, por mais que tente se informar, dificilmente saberá agregar algum valor à preservação da biodiversidade. E este não é o grande problema, o que realmente é preocupante é o futuro, pois nossos filhos viverão em uma época mais exigente e poderão não estar preparados porque só saberão o motivo da biodiversidade ser boa, que a troca constante de celular é muito impactante e que o desperdício de comida influi no desmatamento de florestas quando estiverem adultos (ou cursando nível superior que ensine estas coisas), pela força e não pela coerência, possivelmente com vícios de rotinas e com dificuldades à adaptação ao modo de viver que poderá ser até imposto.

Isso tudo pode ser mudado, e a hora está passando, e somos nós que estamos deixando para lá. É comum nos preocuparmos com a educação dos pequenos sobre matemática, história, português, física, mas qual pai pergunta quando vai matricular seu filho como é a educação ambiental na escola (escolas particulares)? Qual pai que faz parte da gestão participativa de escolas públicas questiona a inclusão organizada da educação ambiental? Temos de fazer algo, na condição de pai, irmão, primo, educador, este é o momento de darmos nossa contribuição para a educação ambiental, para nossos pequenos e para o futuro do planeta. É necessário não deixarmos a educação ambiental somente para as ONGs e empresas impactantes. O Brasil precisa de educação ambiental formal e na base para a formação de mentes pensantes e preparadas para um futuro ainda muito incerto.

E vocês, o que pensam?


Referências

Marques, R. 2008. Não Ganhamos nada por esperar. In: Ministério do Meio Ambiente. Os diferentes matizes da educação ambiental no Brasil 1997 – 2007. Brasília: MMA. - http://portal.mda.gov.br/portal/saf/arquivos/view/ater/livros/Livro-Educa%C3%A7%C3%A3oAmbiental.pdf

Tozoni-Reis, M. F. C. 2008. A inserção da educação ambiental na escola. In: Ministério da Educação. Educação ambiental no Brasil. Brasília: TVescola. - http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/164816Educambiental-br.pdf

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Evolucionismo ou Criacionismo


O Ser Humano desde tempos remotos tem procurado encontrar diversas respostas quanto a sua existência, dentre estas como surgiu. E após inúmeras especulações, histórias, crenças e pesquisas científicas, atualmente duas idéias se antagonizam: a da evolução das espécies, que diz que o Homem, assim como os demais organismos conhecidos, evoluiu durante milhões de anos a partir de formas de vida simples até chegar ao Homo sapiens atual; e a da criação divina, que prega o Homem e todas as criaturas conhecidas como produtos de uma criação de Deus realizada em sete dias há alguns milhares de anos e que se mantém desde o início da Criação até os dias de hoje. Tais teorias se contrapõem não somente em seus fundamentos, mas também nas suas bases de formulações, sendo a primeira baseada em evidências científicas e a segunda no livro Gênesis da Bíblia Sagrada.

Os fundamentos da evolução das espécies (e do Ser Humano) parecem ser irrefutáveis diante das inúmeras evidências científicas dos níveis de organização dos seres vivos, dos processos de extinções naturais, das especiações e das adaptações. Torna-se difícil pensar que a evolução do Homem não aconteceu e que nós surgimos no Planeta há poucos milhares de anos exatamente da forma que somos hoje.

Por outro lado, os argumentos da teoria criacionista não asseguram de maneira raciocinada a origem do Ser Humano, pois são baseados em uma história que conta de uma forma romântica como um Adão e Eva povoaram toda a Terra. Em Genesis não há indícios científicos de como se deu o surgimento do Homem. Há ainda as contradições, como o episódio em que um dos filhos do primeiro casal formou família em outra região. Tudo isto torna esta teoria questionável.

Contudo, o que é mais inquietante diante das evidências concretas que surgimos a partir de matéria inorgânica, de moléculas orgânicas simples, de células primitivas, de células complexas, de organismos simples e demais níveis de organização, é alguns pensadores não levarem em conta que tudo isso foi pode ter sido regido por Deus, já que não há como dissociar a Natureza da Providência Divina. Por que não acreditar que a origem e evolução das espécies foram a maneira utilizada por Deus para a Criação? Qual o motivo racional e coerente para não pensar que a Divindade promoveu toda a Criação através de fenômenos lentos, naturais e compreensíveis? Será que há motivos para não pensar na força de Deus por trás da evolução?

De qualquer maneira, independentemente da teoria que cada um acredite, o fato é que evidências científicas, por mais robustas que sejam, não agradam a todos, mesmo que convençam. Por isso é importante que mesmo com as respostas científicas em evidência nunca se deixe de lado a busca por entender como a Providência atua.

E vocês, o que pensam?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O Ser Humano e suas catástrofes


Estamos vivendo um momento difícil diante de inúmeras tragédias em Alagoas e Pernambuco devido ao “excesso de chuva”. Alguns mortos, muitos desaparecidos, milhares de desabrigados. Fatos como este são comuns na história da Terra e são considerados como normais, porém a taxa de ocorrência de tais desastres nos últimos anos é que não é normal. Quem sabe isso tem haver com a tal “historinha de mudanças climáticas”. Quem sabe?

Na verdade acredito que este último desastre tenha ocorrido por alguns fatores, e acreditem, acho que o excesso de chuva foi o menos importante dentre todos os fatores, já que chuvas demasiadas são naturais. Acredito que a retirada da vegetação nativa para o plantio foi a primeira atitude que favoreceu tudo isso. A ocupação desordenada em encostas, morros e demais áreas de amplo perigo naturalmente não foi o principal ator de tantas mortes e desaparecimentos, porém com toda segurança as pessoas que habitam tais áreas certamente sofreram muito mais. A construção de cidades sem um planejamento para o escoamento da água das chuvas ou um efetivo sistema de drenagem sempre é fator condicionante nesses casos. Por último, ninguém mais sabe o que é inverno, verão, temporal ou seca. Está tudo mudado, e se for por causa das mudanças climáticas causadas pela antropização, todos nós somos culpados.

O fato é que vivemos momentos difíceis, com certas alterações ambientais irreversíveis e algumas que podem ser mitigadas ou compensadas. E diante deste fato, o que mais é preocupante é que não fazemos quase nada para mudar isso. Há uns dias discutia exatamente as atitudes humanas que necessitam mudar diante das condições ambientais de nossa casa, a Terra. Acredito que a mudança do comportamento humano infelizmente será promovido por um sistema político que aqui denomino “ecossocialismo”, ou seja, um socialismo pertinente a conduta do povo em relação a práticas ecologicamente corretas. Por exemplo: quotas de água e eletricidade por pessoa, quotas de equipamentos de alta tecnologia, e mais, quota até para ter filhos, já que a taxa de natalidade humana é um dos principais motivos para estamos vivendo um momento de descontrole ambiental.

Pode ser que alguém pergunte o que tem haver o terrível momento que vivem alagoanos e pernambucanos com a taxa de natalidade humana. E se alguém me (ou se) questionar sobre isso eu provoco mais questionamentos: será que a Terra suporta a população humana hoje? Será que se nós tivéssemos nos reproduzido em menor escala estaríamos vivendo esse momento de mudanças ambientais tão severas? Quanto tempo a Terra será confortável para o Ser Humano se continuarmos nos reproduzindo em “progressão geométrica”?

E vocês meu amigos, o que pensam?

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Enquanto não nos posicionamos as células-tronco embrionárias continuam sendo um problema ao invés de solução








Há anos no Brasil existe uma discussão forte entre homens da lei, cientistas e religiosos sobre a liberação de pesquisas com células-tronco embrionárias.

Sabe-se que estes tipos de células são capazes de se diferenciar (especializar) em praticamente todos os tipos celulares do corpo humano, sendo assim um artifício de grande interesse para a cura ou tratamento de diversas doenças incuráveis pela tecnologia médica “convencional”. Daí, qual o problema de se estudar e aplicar terapias com células-tronco embrionárias produzidas em laboratório já que milhares de pessoas seriam beneficiadas com tratamentos a base de tais células? Por que há um impasse tão grandioso sobre este assunto? A resposta é simples: nós ainda não conseguimos definir quando realmente se inicia a vida orgânica do ser humano.

Alguns religiosos acreditam que mesmo que um ovócito seja fertilizado em laboratório por um espermatozóide, e que este zigoto (célula formada da união de ovócito e espermatozóide) nunca dê origem a uma pessoa, há nesse procedimento a morte potencial de um indivíduo, pois a partir da fertilização a vida já foi gerada.

Os cientistas por sua vez afirmam que só pode ser realmente ser considerada a vida de um organismo a partir do momento em que o blastocisto (conjunto de células oriundas do zigoto) é implantado na parede do útero, o que in vitro não ocorre.

Por sua vez, a legislação brasileira (mais uma vez) vive em um desacordo tremendo: não há ainda uma definição segundo o STF se o artigo 5º da Lei de Biossegurança está em desacordo com as normas de direito da Constituição Federal. Esse debate já tem mais de 5 anos e nada ainda foi definido.

O grande problema dessa discussão é que poucas são as mentes pensantes que possuem um posicionamento, além disso, dessas poucas pessoas uma parcela ainda menor é a que consegue expor sua posição. Infelizmente no Brasil as grandes questões (não só as éticas, como a desse caso) nunca são levadas ao povo. Não há fóruns, debates, discussões onde a imparcialidade possa mostrar o caminho para a formação de pensamentos. E o problema continua rolando, ou melhor, parado.

Acredito sinceramente que a massa brasileira só vai começar a pensar seriamente sobre quando a vida começar e se células-tronco embrionárias devem ser estudadas e utilizadas no Brasil quando a Rede Globo produzir uma novela que trate do tema, afinal é assim que funciona aqui.

E para você mente pensante, quando realmente começa a vida?