segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Será que tudo que achamos ser descartável realmente é?



Quando estudei a disciplina de ciências no ensino fundamental, lembro que minha professora dizia assim: “os recursos do nosso planeta são classificados em recursos esgotáveis e recursos inesgotáveis. Os recursos esgotáveis são aqueles criados pelo homem, como os carros, as máquinas, etc., que com o tempo se acabam. Os recursos inesgotáveis são os naturais, como a água que bebemos e o ar que respiramos”. Este conceito é válido atualmente? Os recursos naturais ainda são vistos como inesgotáveis? Certamente não. O melhor exemplo para percebermos o quanto já agredimos nossos recursos naturais é a água, a qual tem uma previsão de escassez em um futuro bem próximo.

Ainda tomando o exemplo da água, por esta ser uma substância essencial à vida e com situação preocupante, nós podemos fazer muita reciclagem com a água que utilizamos diariamente. Por exemplo, a água residual dos banhos pode ser reutilizada para regar plantas; a água proveniente da lavagem de roupa pode ser reutilizada por aquelas pessoas que lavam frequentemente suas calçadas; ou ainda utilizadas em descargas sanitárias. Pode até ser que isso pareça difícil ou até mesmo ridículo, mas acreditem, a tendência é futuramente sermos obrigados a fazer isso se quisermos ter um banheiro limpo, um jardim bonito ou uma calçada sem tanta sujeira.

Outro comportamente que observo muito, principalmente nos locais de trabalho, é o uso indiscriminado de “copos descartáveis”. Por que um copo de plástico não pode ser utilizado mais de uma vez pela mesma pessoa? Por que nós não possuímos o hábito de “adotar” por um dia ou por um expediente um copo? Ao invés disso, utilizamos por dia dois, três, quatro ou quantos copos forem “necessários”. Ou inda, já que estamos no mesmo local de trabalho todos os dias, por que não levamos de casa um copo? O qual será usado individualmente sem a necessidade de gastarmos vários copos descartáveis por dia.

Um outro exemplo muito comum e que além de existir no ambiente de trabalho se estende as nossas casas, é o uso sem ponderação do papel. Geralmente utilizamos um único lado das folhas de papel, se erramos uma só palavra amassamos e jogamos toda aquela enorme folha de papel no lixo, muitas vezes escrevemos duas ou três linhas e todo o restante do papel fica inutilizado. Por que não utilizamos toda a folha de papel? Ou como rascunho ou até mesmo como anotações importantes? Será ridículo economizar alguns reais e fazer um caderno de folhas recicladas oriundas de impressões erradas? Ou será mais ridículo um caderno daqui a 50 anos custar 10 vezes mais que hoje porque nossa sociedade não pratica coisas simples como estas?

Estes são alguns dos exemplos que podem fazer alguma diferença no grande problema de usar recursos que outrora pareciam inesgotáveis, mas que hoje são notadamente esgotáveis, além de fazerem uma grande diferença direta no tocante à produção de lixo, o qual é um outro problema principalmente das grandes cidades.

Não estou aqui afirmando que essas atitudes são fáceis de serem inseridas em nossa cultura, mas estou dizendo que nós podemos fazer algo, mesmo que seja individualmente. Também não quero afirmar que reciclar água, papel, plástico ou qualquer outro material seja uma ação simples, mas é como sempre digo: “fazer o que é certo sempre tem um custo, seja ele financeiro, seja ele no tempo que se gasta, seja ele na vontade de raciocinar.” Acima desse preço a grande mensagem é que nós podemos fazer a diferença quando agimos corretamente.

E vocês meus amigos, o que acham?

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Quem te ensinou a jogar lixo nas ruas?



Um papel de bala, um resto de cigarro, o guardanapo do lanche, entre outros. Estes são alguns dos exemplares mais comuns de lixo jogado diariamente nas calçadas, nas ruas e nas praças das cidades brasileiras, os quais ocasionam mau cheiro, obstrução das águas das chuvas nas valas de esgotos, proliferação de vetores de doenças e a destruição do paisagismo urbano tão almejado e às vezes duramente alcançado pelas prefeituras. Pelo menos o lixo nas ruas serve para uma coisa: indicar rigorosa e precisamente o nível de educação, respeito e consciência dos cidadãos de cada lugar.

Acredito que você, leitor, seja um brasileiro educado, respeitoso e consciente. Que bom! Mas aí te pergunto: “O que você está fazendo para mudar as pessoas mal-educadas, desrespeitosas e inconscientes que sujam os logradouros públicos?”. Pergunto isso porque manter as ruas limpas e depositar seu lixo no local adequado nada mais é que nossa obrigação. Isso tem méritos, é verdade, porém mais méritos possui aquela pessoa que contribui para que o cidadão que por falta de uma orientação ou de uma pequena explicação, que aqui está sendo incluído no grupo dos mal-educados, desrespeitosos e inconscientes, torne-se exatamente o inverso.

O problema é que estamos com nossas mentes condicionadas a nos acomodar quando fazemos algo que é o certo, e por já estarmos fazendo “a nossa parte” não abrimos os olhos para as reais necessidades da sociedade. Vejamos o exemplo das sacolas plásticas: há um hábito comum no Brasil de reutilizarmos as sacolas plásticas das compras de supermercado como sacos de lixo doméstico. Excelente!!! Estamos reciclandooooo. Não, não é verdade. Estamos jogando no meio ambiente um lixo muito poluente (a sacola plástica) que será de degradação muito demorada e que não deveria ser liberado no meio ambiente de maneira alguma. Alguém pode perguntar “e o que eu faço com tantas sacolas?”. Não use sacolas plásticas nas compras, use sacolas de tecido reutilizáveis como está muito em voga, principalmente nos supermercados que possuem responsabilidade social. Mas podem ainda perguntar “e o meu lixo, vou colocar onde?”. Para isso existem as sacolas de lixo comerciais, as quais são adequadas para este fim, porém que tem um custo. Mas quem falou que ser educado, respeitoso e consciente não tem custo? Tem sim. Fazer o que é certo também tem o seu preço, o qual geralmente é pago antes de recebermos a recompensa através da Natureza.

Da mesma forma que acreditamos fazer uma grande ação ecológica quando reaproveitamos as sacolas plásticas e não notamos que na realidade estamos poluindo o meio, também não percebemos que o Brasil não necessita mais somente de pessoas que joguem seus lixos nos locais adequados como nós fazemos, mas necessita prioritariamente de agentes multiplicadores deste hábito, na busca por modificar os cidadãos, que por motivos particulares, ainda não adquiriram os bons hábitos ecológicos relacionados ao lixo.

Mas o que fazer quando virmos nossos pais, mães, irmãos ou qualquer outra pessoa que respeitamos moralmente jogando lixo na rua? Que tipo de repreensão ou abordagem deveremos usar? De que maneira podemos reformular o pensamento de um desconhecido sem agredir seu orgulho? Estas são questões difíceis de serem trabalhadas e que exigem uma reflexão profunda por cada um de nós (promissores agentes multiplicadores) antes de sua prática.

Contudo, acredito que o título mais adequado desse texto deveria ser: “A quem você ensinou a não jogar lixo na rua?”. Se é que alguma vez fizemos isto.

E vocês, o que acham?